segunda-feira, 2 de junho de 2008

6junho | 17h | sala 201 | emcn

CONCERTO DE ENTRADA LIVRE


André Miranda, piano |
Edward Pinto, piano |
Ana Monteiro, piano |
Daniel Faria, fagote |
Samanta Franco, canto |
trio bartroque |

I
do trio bartroque e da tinta-da-china

Fábio Boavida
Heco

André Hencleeday
Agridoce

Edward Pinto
Trechos Disfémicos de Paraíso (op24)

Edward Pinto
sinais (op26)
para fagote e tinta-da-china

II
outras paisagens


André Miranda
Sinusóides
para electrónica


John Cage & Edward Pinto
In a Landscape
para piano & fotografia


André Miranda
improvisações ao piano


André Miranda
Nos meus sonhos
(lied)


6 de junho | 17h | sala 201 | Escola de Música do Conservatório Nacional

segunda-feira, 19 de maio de 2008

_sons



agridoce, André Hencleeday



trechos disfémicos de paraíso, opus 24, Edward Gonçalves Pinto



heco, Fábio Boavida

fagote e tinta-da-china



entre música e imagem | um diálogo | uma mimese | frases, divagações, silêncios | texturas, gestos | a música da imagem, a imagem da música |a cor do fagote, a cor das ideias | a cor que fala | a cor que sentimos | o risco que vibra | o traço que escorre | a sinestesia evidente ou despercebida | a mútua enfatização | a intimidade de um solo aparente| novas palavras e novos recursos | para um novo habitar a arte| para o futuro da música

notas biográficas

André Hencleeday nasceu em 1988 e iniciou os estudos de piano com Alexandra Torrens. Ingressando na Escola de Música do Conservatório Nacional, estudou com Carla Seixas e Ana Valente, para além de, em Julho de 2005, ter trabalhado com Sofia Vinogradova no curso de piano clássico de Caldas da Rainha, com bolsa de estudo concedida pela EMCN. Assistiu a aulas de Galina Eguizarova e participou numa masterclass de Artur Pizarro. Estudou composição com Eurico Carrapatoso.

Edward Pinto nasceu em 1989 e iniciou os estudos de piano com Augusto Pereira e Ana Maria Geraldo. Na Escola de Música do Conservatório Nacional estudou com Ana Sousa Lima e Rui Pinheiro. Em música de câmara, trabalhou com Armando Vidal, bem como, a par de composição, com Daniel Schvetz e Eli Camargo Jr. Participou numa masterclass de piano por Luiz de Moura Castro e ganhou o Prémio Filipe de Sousa – Melhor Pianista Acompanhador no 2º Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa. Tem acompanhado vários cantores como Nuno de Vilallonga, Conceição Galante, Joana de Siqueira, Cátia Moreso, Sónia Grané, Bruno Almeida e Filipe de Moura. É autor de variada obra para música de câmara e para piano e de uma ópera interpretada por músicos amadores, apresentada em 2006 no Palácio de Queluz e no Convento dos Capuchos de Almada. Estudou Artes Visuais na Escola Secundária Stuart Carvalhais, ganhando em dois anos dois prémios escolares por «mérito e excelência». Frequenta o curso de Arquitectura, com bolsa de mérito, na Faculdade Lusíada de Lisboa.

Fábio Boavida começou os seus estudos de guitarra aos sete anos de idade e ingressou aos onze na Escola de Música do Conservátorio Nacional, onde estudou com Carlos Lopes e Júlio Guerreiro. Em música de câmara estudou com Manuel Peres Newton, Daniel Schvetz e Eli Camargo Jr, integrando duos, trios, sextetos e outras formações menos convencionais. Participou também nos projectos Modinhas Luso-Brasileiras e Lieder sob a orientação de António Wagner Diniz. Foi membro da Orquestra de Guitarras de Lisboa, dirigida pelo por Christopher Bochmman. Estudou composição com Carlos Gomes.

Daniel Faria iniciou os seus estudos musicais numa banda regional e ingressou depois na Escola de Música do Conservatório Nacional, onde estuda fagote com Arlindo Santos. É membro efectivo da Orquestra Sinfónica Juvenil. Frequentou diversos estágios de orquestra sinfónica e de orquestra de sopros. Já se apresentou como reforço com a Orquestra da Escola Superior de Música de Lisboa e com a Orquestra Gulbenkian.

bartroque



um trio de compositores-intérpretes | um trio que parte à descoberta de novos sons | que ancora em conceitos tão distintos como bártok, o rock, a improvisação | que investiga o piano além da técnica clássica | que a este novo piano reúne a guitarra | que fala de ambientes, de sabores e sensações | que fala de teatro musical | de melodias ou manchas sonoras | de arte | do futuro da música

apresentação

A proposta artística que a seguir se apresenta é o resultado vários meses de investigação e de trabalho multidisciplinar, durante o ano lectivo de 2007-2008, cuja orientação foi dada pelo professor e compositor Eli Camargo Jr na forma de atelier, ou workshop, na Escola de Música do Conservatório Nacional. A concretização desse trabalho, reflectida já numa apresentação pública das obras (no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, havendo outras apresentações agendadas para outros locais), teve como objectivos primeiros o desenvolvimento de certas áreas das quais o público geral tem uma enorme curiosidade mas que são, de facto, pouco difundidas no panorama contemporâneo da música portuguesa.
Uma dessas áreas consiste na exploração de novos âmbitos tímbricos no interior do piano, esse instrumento por todos nós já tão conhecido, idealizado e estereotipado. Salvo algumas famosas, cimeiras e interessantes incursões no mundo do piano-preparado por John Cage, ou, por exemplo, numa singular procura de novas sonoridades por George Crumb, todas as restantes propostas parecem tímidas e pontuais. O piano contemporâneo continua a ser, grosso modo, um instrumento clássico na sua técnica e no uso dos seus recursos, e todo o enorme manancial que o seu interior reserva continua escassamente descoberto ou, no mínimo, pouco divulgado. Deste modo, bartroque constituiu-se trio e partiu nesta fascinante viagem sonora. Edward Pinto, piano, André Hencleeday, piano-dentro, e Fábio Boavida, guitarra, aliaram a estranheza e o exotismo inerente às características do trio à aliciante sedução das possibilidades musicais a descobrir e criaram, cada um, uma obra, fruto da sua investigação e descoberta. Como, por absurdo, para uma viagem não se parte senão de um cais, ancorámos os nossos princípios conceptuais em citações (estruturais, motívicas ou atmosféricas) a incontornáveis universos da arte do século XX: o de Béla Bartok, e o do rock.
O outro projecto que este atelier acolheu diz respeito à ligação entre as artes plásticas e a música. Aproveitando a experiência artística de Edward Pinto na área das artes visuais e da música partiu-se então à descoberta dessa outra pouco explorada área: som e imagem enquanto entidades em diálogo mútuo e indissociável. Deste modo, e recolhendo algumas ideias-base em teóricos como Kandinsky e em curiosos exemplos de eminentes sinestetas, desde Scriabin a Messiaen, passando por Klee ou Rismky-Korsakov, a composição das obras tomou o seu caminho próprio de procura e descoberta. O resultado tomou forma em duas obras, cada uma com respostas diferentes ao problema, mas iguais no que respeita aos materiais: o fagote e a tinta-da-china (projecção de imagens), a serem interpretados por Daniel Faria e Edward Pinto.
A mostra dos trabalhos totaliza cerca de 60’, e é acompanhada de uma explicação específica, por parte dos compositores, acerca das suas obras e dos objectivos a que, com elas, se propuseram alcançar.